sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Além do horizonte


A vida vai passando e o sol vai parando de brilhar na linha do horizonte para o qual olhamos e ai vem a pergunta. Será que é nessa direção que devíamos olhar?
Você passa uma vida tendo motivos para acreditar que tudo é questão de olhar para o que se quer e seguir na direção da luz. Quando de repente no meio do caminho depois de tanto caminhar aquela luz se apaga e você fica no escuro e aquilo já não parece mais ser o motivo razoável para te fazer acreditar em tudo aquilo que um dia te fizeram acreditar. E se quando você chegar lá não houver nada? E se houver porque a luz se apagou? O que mudou?
Esses tempos tenho ouvido falar que a felicidade é uma coisa real, não uma figura abstrata, que ela existe...mas ela não tem esse rumo certo, com mapa indicando o caminho, ela está lá além do horizonte e é uma busca inesperada que não há planos, simplesmente ela é na sua forma pura por ser...não se pode projetar a felicidade como fazemos, imaginando e idealizando o marido, trabalho, filhos e casa perfeitos.
Ela esta e consiste nas pequenas  simples coisas que vivemos e somos no dia a dia, e tudo pode mudar, nada é fixo e fato.
Eu quero buscar o sentido real dessa "felicidade", buscar o além desse horizonte, romper com meus fatos e focos e propósito, que já não me significam mais nada.
Estou perdendo minha luz, meu ar... meu sol sumiu há muito e estou aqui nesse escuro e já não suporto mas buscar algum sentido em algo nesse mundo e não encontrar nada além de mentiras,ilusões e armadilhas.
Vejo nos filmes e na TV imagens do SOL e lugares lindos e me sinto um pássaro preso em uma gaiola. Eu já fui feliz eu já me senti livre e achava que tinha o mundo inteiro em minhas mãos, e agora só consigo sentir esse vazio, essa solidão.
Preciso encontrar o meu Sol, preciso voar e preciso encontrar a verdadeira felicidade,não essa coisa abstrata e preciso disso urgente antes que me acostume a viver nesse silêncio nesse escuro, sem ar...sem ninguém...sozinha...sem motivos pra viver.
Eu só quero ser Feliz.


Presente



Olho pra tudo e todos a minha volta e já não consigo mais enxergar nada real na minha vida,nada verdadeiro que me faça sorrir, ser feliz.
Eu sempre fui a que partia na vida dos amigos e amores.
Agora todos que partem da minha vida,há muito eu descobri que nada é eterno...mas sabe nada mesmo dura na minha vida...e não é só uma metáfora que estou dizendo.
Estou realmente só....isso dói,mas eu vou achar um recomeço eu vou, nem que eu tenha que ir pra longe.
Perdi amigos,perdi amores....perdi família...nunca fui vista como alguém que precisasse de atenção na minha família, um gesto de carinho um abraço...amor. Sempre tratada com com brutalidade me tornei fria, fiz da minha fraqueza a minha força, eu não precisava dos abraços, mostrava que não precisava, parou de fazer falta.
Mas ai eu busquei esse calor nos braços dos "supostos amores" que eu tive, deixei tanta gente me fazer mal que eu nem lembro mais.
Aí entrei nessa busca frenética espiritual, que me tirou de uma depressão ou duas algumas vezes mas não me ensinou a mudar, só reforçou que minha mudança e evolução é algo que vem de mim e depende só de mim.
Hoje nesse momento eu só desejo não sentir mais falta de nada, de ninguém, me sentir bem assim sozinha.
Eu cansei de ganhar presentes e abrir caixas vazias.
E a pior coisa que fiz esses anos todos foi viver procurando nos outros o que me fizesse feliz, tão obcecada em não me sentir só que esqueci de me conhecer,de descobrir quem é essa pra quem olho no espelho todos os dias.
Eu não sei o que ela é, o que ela quer, o que ela gosta de como ela gosta.
Hoje sou um produto barato que sobrou de quem perdeu tempo demais querendo agradar á todos e passei tanto tempo assim que perdi o controle de mim mesma... eu não tenho mais limites,nada mais me inspira não tenho mais sonhos e sabe...chega...cansei de querer sonhar a vida como um conto de fadas!
Eu só quero viver! Ser feliz, ver o por do sol, ter amigos que se importem ou não! Então ficar sozinhas...mas chega de perseguir aquilo que eu não vejo.
EU NÃO AGUENTO MAIS!













O

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Missão não cumprida


E foi falhando na tentativa de salvar o romance de seu eterno apuro que me descobri inapta a viver com a cabeça leve. Quanto mais fundo cavamos em busca de significados perdidos, mais difícil e utópica se torna a nossa volta para a superfície. O podre se apega a nós, nos persegue, nos tira a razão e a infinita corrida em direção à luz nos faz perceber em profundidade que estamos TODOS – sem exceção – perdidos como náufragos ao mar. E a luz, sempre à frente, inalcançável, guiando-nos pelo seu trajeto torto e cheio de armadilhas.
Felizes os ingênuos, os burros, e os egoístas.
Percebo o peso da idade quando sinto em minha mente a presença de cada vez mais pensamentos aos quais eu não posso – ou não consigo – dar vazão. Sempre tive facilidade na hora de traduzí-los em parágrafos, mas esse artesanato leva tempo, é cansativo e, certas vezes, quando finalmente deglutimos um assunto, já somos atropelados pela urgência de uma vida que somos obrigados a viver, do abrir ao pregar dos olhos. A vida passa fulminante enquanto escrevemos sentindo e avaliando o peso de cada palavra. Incapazes de expressar mazelas e exorcizar demônios criados por nós mesmos, adoecemos em lenta morte, infeccionados pelos nossos próprios defeitos.
Escrever aqui foi o que me impediu de fechar os olhos a essa luz. Esbravejar por escrito – mesmo que para destinatários que desconheço – é confortante, justamente quando não me serviam mais as opiniões sensatas. Digo isso porque, afinal, lá no fundo, a gente sempre sabe quando tá fazendo errado. E é nesse ponto que eu discordo de quem diz que somos, essencialmente, bons e puros de espírito. Na verdade, compactuo com a hipótese de que, se não exercermos controle firme sobre nossos pensamentos e atitudes, transformamo-nos em nada mais do que o lodo do lodo. O erro está na nossa alma, e cada descuido é um curativo para as mais-de-mil chagas que se espalham por sua superfície.
Descobrir-se imperfeita, defeituosa e incapaz (e escrever sobre isso) é o que me impede de desmoronar. Essa obra inacabada que todos somos precisa de andaimes, estacas e apoios para se manter de pé. Família, amigos, músicas, amores, usamos o que temos ao nosso alcance, embora saibamos que jamais estaremos prontos. Jamais.
Viver é perigoso. O mundo é veloz, cruel, e cheio de arestas. Só está a salvo quem está morto.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Romance

Tenho escrito menos e vivido um pouco mais. A literatura de meus dias perdeu o caráter de microconto, por isso não mais os tantos posts. Virou romance que não mais se capitula em poucos parágrafos. Muitas vezes abandonei em branco o texto, pois olhava, míope, para dentro de mim e nada via senão o nebuloso vulto da ulceração que ainda gritava em vermelho. Precisava encontrar um caminho para a superfície, mas no fundo daquele poço encontrei um par de lentes.

O romance nos desafia a convicção, por vezes tira a paciência, e pode até nos subtrair alguns anos da vida, mas quando é que alguém, por um segundo que fosse, cogitou – a sério – viver sem ele? Nossas aspirações vão, cada vez mais, aproximando-se da realidade; a gente passa a prometer menos, mentir menos, e chega até a achar que, dessa vez, erraremos menos, por julgarmos saber onde escondem-se todas as bombas desse campo minado. Nem preciso lembrar que a única certeza no romance é a de se estar eternamente em apuros, saracoteando as pernas para não se deixar afundar totalmente no obscuro e indecifrável oceano que é a vida daquela pessoa com a qual estamos de mãos dadas.

Em apuros pois é perigoso. É perigoso porque a gente arrisca. E a gente arrisca porque quer. Ninguém nos obriga a viver o amor, mas a gente ama vivê-lo. Ninguém nos obriga a sentir as mesmas dores de novo, mas a gente se quebra em mil pedaços para sentir o prazer na cura. A gente acha que pode viver sem, mas as palavras soluçadas no fim de uma noite ébria evidenciam o que, para todos ao nosso redor, já era óbvio: estamos ferrados.

Em apuros não estou só eu, estamos todos nós, meus caros. Romance é o que se persegue pelas esquinas, que foge à luz dos postes, e ele está bem. Em perigo estamos nós, nesse apuro que reside na nossa urgência em vivê-lo. Vivê-lo, mesmo que torto, inacabado, ferido, precipitado, errado, proibido, ou impossível. Vivê-lo de verdade, com intensidade e sem escudos. Como deve ser, e como inevitavelmente é, quando nosso coração nos dá aquela única e inevitável rasteira que nos faz quicar no chão.
Viver o romance é estar em apuros.
Estou vivendo, e não quero ser salva.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Happynes


Torne-se comum e você será extraordinário; tente se tornar extraordinário e você continuará sendo comum !!!!!!
Minha mente tem vagado e meditado acerca desta frase. Vivemos numa corrida louca da perfeição,buscamos corpos bonitos, rostos bonitos, tudo aquilo que anche aos olhos. Precisamos nos sentir bem e ter pessoas ao nosso redor que nos façam sentir bem, e já percebi que essa busca nunca para, nunca acaba e nos tornarmos colecionadores de quinquilharias porque só serve pra ocupar o espaço dentro de nós e criar pó.
Quero dizer, alguém já parou pra pensar que as boas lembranças são compostas das mais simples coisas? Que sentimos falta de quando tudo era descomplicado? Eu por exemplo acho minha infância o ápice das boas recordações. Eu não buscava,eu tinha eu não queria ser...EU ERA.
Não olhava para aquilo que não tinha, vivia aquilo que a vida me dava a cada dia,como um jardim no quintal sempre tinha algo novo á explorar e ali era o meu mundo,meu reino meu tudo.

Não me preocupava com o que tinha fora dali e se era melhor ou maior que meu jardim.
Vivemos nos sentindo como pássaros presos em  uma gaiola que nós mesmo construímos e ninguém pode te tirar de lá de dentro porque você é a chave, culpado da torre triste e vazia que te cerca.
Perdendo tanto tempo em ver e ter  a beleza das coisas supérfluas que só enchem aos olhos mas não ao coração que bombeia o sangue. Vejo pessoas vivendo mas não estão vivas,são zumbis programados fazendo que ensinaram á fazer e nada mais, até o sentido de pensar e sentir eles não tem mais. Enferrujou.